Marcos Madureira, engenheiro e político experiente, está prestes a assumir um novo capítulo em sua longa trajetória no serviço público. Aos 81 anos, Madureira, primeiro suplente do deputado estadual Theodorico Ferraço (PP), assumirá o mandato na Assembleia Legislativa do Espírito Santo em 2025, após Ferraço ter sido eleito prefeito de Cachoeiro de Itapemirim.
Formado em engenharia civil no Rio de Janeiro, Madureira teve uma carreira movimentada antes de retornar ao Espírito Santo. Trabalhou em grandes obras em várias partes do país, incluindo a construção de estradas como a emblemática Cuiabá-Porto Velho (BR-364), símbolo do período militar.
Madureira conta que o retorno ao estado é motivado por questões familiares e pela influência do então senador Dirceu Cardoso, que o convidou a se engajar na política capixaba.
Ele atuou no Departamento de Estradas de Rodagem (DER) entre 1983 e 1989, durante o governo de Gerson Camata, período em que ajudou a transformar o Espírito Santo com projetos que impulsionaram o desenvolvimento econômico do estado.
Madureira também possui uma história marcante no Legislativo. Ele foi eleito três vezes deputado estadual (1990, 1994 e 1998), sendo um dos parlamentares mais votados do estado na eleição de 1994, com 22.404 votos, 7.007 votos a mais do que o segundo colocado.
Em 2000, deixou a Assembleia e tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), ocupando a presidência do órgão no biênio 2008-2009. Depois que se aposentou desse cargo, ele retornou à política, assumindo novamente o papel de deputado suplente em 2021 no lugar de Lorenzo Pazolini.
Apesar da idade, Madureira demonstra disposição e energia para encarar mais um desafio. “Se eu não tivesse com esse ânimo que você acabou de definir, eu não tomaria posse. Eu estou com esse ânimo, sou uma pessoa que está atenta. Já é a quinta vez que eu vou me colocar como deputado do estado e dessa vez eu vou ser o decano, porque o Ferraço não vai estar lá, o Hércules vai estar em Vila Velha. Na última vez que eu estive na Assembleia, os dois eram mais velhos que eu. Eu era o terceiro. Agora eu sou o mais velho e estou com a vontade de estar presente em todos os momentos da Assembleia”, disse.
Questionado se vai usar sua posição na Assembleia Legislativa para ajudar Cachoeiro de Itapemirim, sua terra natal, Madureira diz que se preocupa com todos os municípios e que nunca dependeu de Cachoeiro para se eleger como deputado estadual em nenhuma de suas passagens pela Assembleia Legislativa.
“Eu sou de Cachoeiro, mas depois que eu saí de lá eu passei uma temporada no Rio e 20 anos depois eu voltei direto para Vitória. Meu pai já não estava mais em Cachoeiro, mas minha mãe ainda estava, minha família toda estava lá, mas eu não voltei para Cachoeiro. Então eu não tive essa maior conotação territorial de ser de Cachoeiro não. Tanto é que quando eu fui o mais votado, eu não tive nem 10% dos meus votos em Cachoeiro”, argumentou.
Madureira se classifica como um político municipalista, com atuação marcante em diversas regiões do Espírito Santo, como Ecoporanga, Conceição da Barra, Bom Jesus do Norte, Marechal Floriano, Domingos Martins, Iúna, Muniz Freire, Itarana.
Ele atribui essa visão ampla ao fato da formação em engenharia de estradas, que o permitiu trabalhar em várias partes do estado, especialmente durante o governo de Gerson Camata, quando projetos de infraestrutura conectaram regiões mais distantes à capital.
Na visão dele, enquanto a Grande Vitória possui uma posição central no estado, é essencial atender as áreas mais afastadas, promovendo uma integração mais eficiente. Ele ressaltou que, antigamente, para cursar o ensino superior, era necessário se deslocar até Vitória, algo que mudou com o crescimento de polos de ensino em municípios como Cachoeiro, Colatina, São Mateus e Linhares. Essa realidade contribuiu para o engajamento no municipalismo, uma bandeira que ele continua a defender na trajetória política.
Marcos Madureira destacou que o principal objetivo como deputado é promover o bem-estar do povo capixaba, com foco em segurança, educação e saúde, especialmente para as crianças.
Ele enfatizou que projetos de lei que envolvem questões financeiras são de competência exclusiva do Poder Executivo, o que limita a atuação do Legislativo nessa área. Além disso, ressaltou a importância de acompanhar atentamente os projetos enviados pelo Executivo à Assembleia Legislativa, já que eles têm impacto direto na sociedade.
Na passagem pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Madureira foi presidente da Mesa-Diretora no biênio 1993-1995. Perguntado sobre a gestão de Marcelo Santos (União) como presidente da Casa, ele desferiu elogios ao parlamentar, mas sem entrar em pormenores.
“Uma pessoa descomplicada, você fala bem com ele, é tranquilo. Eu acho que é uma pessoa preparada. Preparada para os afazeres diários e para a legislatura que ele compõe. Eu acho ele uma pessoa bem tranquila”, disse.
Fonte do Conteudo: Juliana Rodrigues – eshoje.com.br
