04/02/2025 12:56

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Sempre surgirão novas variantes da Covid-19? Especialistas explicam

Há cerca de cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China, marcando o início do que se tornou, meses depois, a pandemia de Covid-19. Apesar dos avanços no desenvolvimento de antivirais específicos para combater a doença e de vacinas para prevenção, ainda há muitos desafios pela frente.

Um deles é a alta capacidade do vírus de sofrer mutações genéticas, o que faz com que novas variantes surgem com o decorrer do tempo. Desde 2020, já foram identificadas diversas variantes e subvariantes do vírus SarS-CoV-2, causador da Covid-19, e a expectativa é que novas sepas surjam no futuro.

“As variantes são mutações pontuais dos vírus, como ocorre com qualquer organismo. Não há motivação e são eventos aleatórios que fazem parte do ciclo de vida dos vírus”, afirma Luis Fernando Aranha, infectologista do Hospital Albert Einstein, à CNN. “Sempre surgirão e como é um processo biológico normal, não há como interromper.”

Atualmente, a variante da Covid-19 de preocupação no Brasil, ou seja, aquela que está causando o maior número de infecções, é a JN.1, de acordo com Eliane Bicudo, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). No entanto, nos países do hemisfério norte, a variante XEC é a mais preocupante.

“Aqui, nós ainda identificamos poucos casos dessa variante, mas temos que nos preparar porque agora, com as festas de Natal e de Ano-Novo, vão aumentar os casos lá e, as pessoas daqui vão viajar para lá e poderão trazer essa variante para cá”, analisa a infectologista.

Como uma nova variante é formada?

De acordo com Bicudo, o vírus da Covid-19 possui um RNA mensageiro que é altamente mutante. Isso significa que ele possui uma alta capacidade de mudar sua linhagem genética e, assim, ganhar mais força para combater o sistema imunológico do que sua “versão” anterior.

Essa mutação genética acontece a partir de pressões externas, como um sistema imune fortalecido e preparado para combater a infecção, seja por meio da vacina ou devido a uma infecção anterior. Diante dessa “barreira”, o vírus é “estimulado” a sofrer mutações genéticas para permanecer vivo. É assim que surge uma nova variante, segundo a infectologista.

“Uma variante começa a perder força quando ela encontra uma pessoa com sistema imune resistente. Diante disso, o vírus sofre uma pressão seletiva ambiental para desaparecer, mas ele quer continuar vivo. Então, ele passa a sofrer mutações dentro do próprio organismo infectado, enquanto luta para vencer os anticorpos”, explica. “A forma de interromper esse processo é através de vacinas atualizadas e novas campanhas de vacinação”, completa.

Vacinação completa da população é forma de combater novas variantes

Embora o vírus da Covid-19 continue sofrendo mutações no futuro, é possível reduzir a intensidade dessas alterações genéticas por meio da vacinação da população, na visão de Bicudo.

“Em uma situação hipotética, se todo mundo estivesse imunizado, ou seja, cerca de 90% da população, a capacidade replicativa do vírus iria diminuir”, afirma a infectologista. “Foi o que aconteceu com a influenza [vírus da gripe]. Por muito tempo, ficamos com o H1N1 com pouquíssima mutação. Ele voltou [a se replicar com mais intensidade] no ano passado, tanto que a vacina deste ano é diferente da do ano passado. Essa capacidade replicativa passa pela quantidade de pessoas resistentes ao vírus”, completa.

É por isso que a atualização de vacinas e o cumprimento do calendário vacinal são estratégias importantes para combater a Covid-19.

“A visão de que a Covid-19 é menos perigosa agora é equivocada. Nós ainda temos um número de óbitos elevado, essa é a síndrome respiratória que mais leva ao óbito no Brasil, e isso tem relação com a baixa cobertura vacinal”, alerta a especialista.

“Se você não tem uma cobertura vacinal importante de todas as pessoas, o vírus circula facilmente entre nós, e a sua capacidade mutagênica [de sofrer mutações genéticas] é tão elevada que ele vai continuar causando doença porque as pessoas não estão imunizadas corretamente”, completa.

Covid-19 é menos perigosa agora? Especialistas respondem

Fonte do Conteudo: gabrielamaraccini – www.cnnbrasil.com.br

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