O pico da alta temporada de inverno no Hemisfério Norte ocorre entre as festividades de dezembro e janeiro, quando os feeds das redes sociais ficam lotados de trajes de neve. Mas a temporada costuma seguir até meados de abril, mesmo durante e após o Carnaval, período em que as estações não ficam tão cheias e os ânimos são mais tranquilos.
Ou seja, ainda dá tempo de descer as encostas e aproveitar paisagens alpinas deslumbrantes, seja em uma viagem a dois ou com a família, em uma aventura programada com os baixinhos.
Antes de sugerir 10 destinos que reúnem resorts de esqui no Hemisfério Norte, que podem ser inspiração para esta ou uma outra temporada, confira um guia do que levar na mala para temperaturas congelantes e um glossário com termos que você ouvirá bastante.
Mala básica com itens específicos para a neve:
- Roupa íntima térmica: em geral, uma calça legging – importante ser até a canela para não pegar na bota de esqui – e uma blusa de manga comprida térmica e dryfit;
- Meia-calça ou ceroula;
- Fleece ou uma malha mais quente: para dias de frio rigoroso, temperaturas negativas ou tempo nublado;
- Botas impermeáveis e com solado de borracha;
- Luvas: dê preferência às bem forradas;
- Gorros ou protetores de ouvido;
- Cachecóis;
- Sobretudo: especialmente para visitar os centrinhos dos vilarejos;
- Roupas de banho: geralmente há piscinas e hidromassagens com temperaturas quentinhas, ideais para um dia depois das montanhas;
- Protetor labial: para não ressacar os lábios;
- Protetor solar: o frio pode enganar, mas os raios solares não dão trégua;
- Creme para mãos: para mantê-las hidratadas;
- Óculos de sol: imporante na parada do almoço;
- Garrafinha de água: esquiar dá sede e o tempo seco exige muito do corpo.
Itens essenciais, mas que podem ser alugados na estação:
- Goggles (óculos de proteção): há lentes específicas para dias de sol e para dias nublados;
- Capacete: é obrigatório e essencial;
- Calça, jaqueta ou macacão específicos para a prática de esporte: devem ter bolsinho interno para o passe de esqui e celular;
- Luva de esqui: também existe recarregável ou as que acomodam sachês para aquecimento;
- Meias própria para esqui: há modelos específicos com bateria recarregável para esquentar os pés;
- Bota e esqui: podem ser alugados com ajuda de lojas específicas na temporada, com atenção aos tamanhos da abertura.
Atenção: importante ressaltar que, para esquiadores de primeira viagem, agendar aulas e contar com um instrutor é um investimento fundamental. Esportes na neve, principalmente o esqui, exigem técnica e aperfeiçoamento, mas também são práticas de risco. E não esqueça do seguro viagem.
Glossário básico das montanhas:
- Après-ski: expressão francesa relativa às atividades realizadas depois da jornada de esqui até a hora do jantar. É como o happy hour dos resorts e a vestimenta pode ser a própria roupa usada durante a prática do esporte;
- Binding: equipamento que fica preso no centro do esqui e da prancha de snow, onde a bota é fixada;
- Bowls: área côncava e isolada da montanha que acumula neve e é usada para prática de esqui fora das pistas demarcadas;
- Cable Car: gôndola usada para subir nas montanhas, um tipo de bondinho;
- Chairlift: teleférico aberto para levar esquiadores de um ponto a outro na montanha;
- Slope: a encosta, a parte “esquiável” da montanha;
- Ski pass: o passe de esqui que dá acesso aos picos das montanhas e para as pistas.
Cores das pistas
- Nos Estados Unidos, Canadá e países do Hemisfério Sul: verdes para iniciantes; azuis para intermediários; pretas para os mais experientes e preta dupla para experts.
- Na Europa: verdes são pistas muito fáceis e para iniciantes; azuis são fáceis, com pouca inclinação; vermelhas são intermediárias, mais íngremes que as azuis; e pretas podem variar entre difíceis e muito difíceis, apenas para experts.
10 destinos no Hemisfério Norte para colocar no roteiro:
Baqueira Beret (Espanha)
No coração dos Pirineus, Baqueira Beret é um dos maiores e mais cobiçados resorts de esqui da Espanha, abrangendo uma gama de pistas para diversos níveis e construções de estilo rústico com toques de requinte. Distante cerca de 275 km de Barcelona, pode ser acessível em uma viagem de carro. Vários vilarejos formam o local, e Viella é a porção com mais estrutura.
São três áreas esquiáveis, as quais são interligadas por gôndolas e teleféricos. Bares e restaurantes aos pés da montanha seguem a atmosfera alpina, mas adicionam as famosas tapas ao cardápio. Atividades como snowshoeing (caminhada com raquetes de neve nos pés), esqui em encostas virgens a partir de helicóptero e, claro, après-ski também ganham adeptos.
Cortina D’Ampezzo (Itália)
Nas Dolomitas, Cortina D’Ampezzo se destaca entre os resorts de esqui italianos pela beleza exuberante dos picos e da atmosfera alpina envolvente. A Itália realizou os primeiros Jogos Olímipicos de Inverno aqui, evento que volta a ser sediado em Cortina no ano que vem. Estão à disposição 120 km de área esquiável, 26 teleféricos e 66 pistas. Centrinho histórico, resorts cinco estrelas e restaurantes apetitosos completam o cenário.
Mas não para por aí: Cortina faz parte dos 12 resorts do complexo Dolomiti Superski Area, que totalizam cerca de 1.200 km de pistas que podem ser acessadas com um único ski pass. Entre os vilarejos, vale uma escapada também para Alta Abadia, que serviu de cenário para as filmagens da série “Sr. e Sra. Smith”, indicada neste ano a três Globo de Ouro.
Gstaad e Saanen (Suíça)
A duas horas de Genebra, no cantão de Berna, Gstaad é um dos refúgios de neve preferidos de quem não poupa luxo e conforto em meio a um cenário alpino de fazer inveja. Esqui e snowboard estão garantidos, claro, mas spas entre os melhores da Suíça, boutiques de alta moda e conexão com outros cantinhos nevados por meio de trem fazem parte do local. Hotéis chancelados pelo Guia Michelin oferecem comodidade e personalidade.
Mas a apenas cinco minutos, a vila vizinha de Saanen concentra uma atmosfera mais modesta, sem perder de vista a autencidade. Acesso direto às pistas, lojas e até galerias de arte convivem junto de chalés pitorescos.
Whistler Blackcomb (Canadá)
No oeste do Canadá, um dos países que mais recebe brasileiros para intercâmbio, Whistler Blackcomb é uma das maiores áreas de esqui de toda a América do Norte e soma mais de 200 pistas em mais de três mil hectares. Situado no clima congelante da Colúmbia Britânica, o resort combina duas montanhas a cerca de duas horas de Vancouver. Uma estrutura completa de hotéis, bares e restaurantes garante estadias acolhedoras.
Também na Colúmbia Britânica, dê chance a estação Big White, que coloca as famílias no foco e possui pista de patinação no gelo e passeio de trenó, assim como o Blue Mountain Ski Resort, a pouco mais de duas horas de Toronto, com terrenos mais tranquilos que atraem famílias.
Aspen (Colorado, Estados Unidos)
Formado por quatro montanhas, o complexo Aspen Snowmass é um paraíso nevado para diferentes níveis de esqui e para os que gostam de ter à disposição bons restaurantes, hotéis primorosos e uma cena artística instigante. Frequentemente associada ao luxo, Aspen vai além e preserva o charme do Velho-Oeste por meio de construções de tijolos e por meio da moda de estilo western.
Brasileiros estão entre os três maiores mercados internacionais do destino, acessado através de Denver, a capital do Colorado, ou em uma conexão em Atlanta. Saiba mais sobre o que encontrar em Aspen e onde comer na cidade.
Jackson Hole (Wyoming, Estados Unidos)
Considerada uma das melhores estações de esqui dos Estados Unidos, Jackson Hole, no Wyoming, soma mais de 100 pistas para os diferentes níveis, mas os terrenos acidentados e declives atraem ainda mais os que possuem familiaridade com a neve. Além do esqui e snowboard, atividades como ice skating, paragliding e tours de bike são comuns. A vila tem nos arredores parques nacionais e animais selvagens fazem parte da vida cotidiana.
A diversidade se reflete nas hospedagens, que vão desde cabanas e camping até quartos do Four Seasons. Situada em meio a um vale, a vila é servida por um aeroporto que recebe voos a partir de grandes cidades americanas. Um dos cartões-postais é o grande teleférico, que transporta até 100 pessoas a partir da base Teton Village, onde fica o centrinho.
Park City (Utah, Estados Unidos)
Park City compreende a maior área esquiável do país e fica a menos de 40 minutos do aeroporto de Salt Lake City, a capital de Utah. São duas estações principais: Park City Mountain e Deer Valley Resort, que ocupam quase 40 mil hectares. Enquanto Park City agrega pistas de vários níveis, Deer Valley é como um resort cinco estrelas. Além dos esportes na neve, atrações como o Parque Olímpico de Utah, que sediou os Jogos Olímpicos de 2002, e Woodward, parque com atividades outdoor e indoor, conquistam famílias.
O centrinho de Park City tem cara de filme de Natal, reunindo os principais comércios da região, e ambas as estações reservam hotéis de redes sofisticadas, como Waldorf Astoria, St. Regis e Hyatt – a rede Four Seasons se prepara para estrear por lá.
Hokkaido (Japão)
O Japão tem atraído cada vez mais brasileiros e a isenção da exigência de visto para turismo ajuda na jornada. Hokkaido, a segunda maior ilha do país, no norte, tem virado um destino queridinho para quem quer fugir de estações óbvias. Vilas pitorescas, neve fofa e oferta de onsen, casas de banhos termais que podem envolver hospedagens, conquistam viajantes.
A maior área de esqui é Niseiko, que atende todos os gostos e tem atividades familiares. Os que querem mais aventura contam com os resorts Sapporo Teine e Kurodake. Furano, bem no centro de Hokkaido, é um dos mais adorados resorts, e a cidade de Sapporo recebe todo começo de fevereiro um festival de esculturas de grande escala que costuma atrair mais de dois milhões de visitantes.
Val d’Isère (França)
A três horas de carro de Lyon, Val d’Isère é um pequeno vilarejo alpino em meio aos picos nevados dos Alpes. Perto da fronteira com a Itália, a área esquiável se junta com a comuna de Tignes e resulta em mais de 300 km de pistas. Além dos esportes na neve, o centrinho guarda tesouros, como uma igreja barroca de 1664, vários cafezinhos e padarias e até uma fazenda de produção queijeira.
Ônibus gratuitos rodam o vilarejo e têm paradas nos teleféricos, que levam visitantes a diferentes picos, como nas montanhas Bellevarde e Solaise. No pico de Bellevarde fica o La Folie Douce, restaurante de altitude que garante agito após o esqui. De volta ao centro, há até restaurante com uma estrela Michelin, o La Table de l’Ours, e hotéis que cabem no orçamento de famílias, como o renovado Club Med Val d’Isère.
Courchevel (França)
Considerada a capital mundial do esqui, Courchevel nasceu como um resort luxuoso e integra o Les Trois Vallées (OsTrês Vales), a maior área esquiável interligada do mundo, que inclui ainda Val Thorens e Méribel. Sãos mais de 600 km esquiáveis, mais de 300 pistas e 170 lifts, com picos acima dos 1.800 metros e garantia de neve de qualidade. Dividida em quatro vilas, Courchevel 1300, 1550, 1650 e 1850 – relativas às altitudes -, cada uma possui um apelo diferente, mas igualmente acolhedor.
Hotéis superluxuosos, incluindo palácios, são de praxe, e o destino ainda tem a maior concentração de restaurantes estrelados das montanhas. Inclusive, novidades gastronômicas fervem em todas as temporadas. Além do esqui, um dos diferenciais é a oferta de passeios de parapente com sobrevoo no Col de la Loze. E não se preocupe: crianças também encontram diversão com aulas de esqui, brincadeiras na neve, entretenimento nos hotéis e até um centro indoor aquático, o Aquamotion.
Courchevel tem deliciosas novidades gastronômicas para a temporada
Fonte do Conteudo: Saulo Tafarelo, do Viagem & Gastronomia – www.cnnbrasil.com.br