CPMI do INSS: parlamentar pede afastamento de assessor do Senado que recebeu dinheiro de empresa investigada

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) pediu ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), durante a sessão plenária de hoje, que afaste do cargo o servidor Paulo Augusto de Araújo Boudens, atualmente lotado no Conselho Político da Casa.

Conforme mostrou VEJA, Boudens recebeu R$ 3 milhões de reais da empresa Arpar Administração, Participação e Empreendimentos entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, período em que houve aumento do volume de descontos ilegais dos aposentados do INSS. Entre 2023 e o ano passado, a Arpar recebeu R$ 49 milhões de reais do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o ‘Careca do INSS’, investigado por envolvimento na fraude previdenciária que desviou R$ 4 bilhões dos aposentados.

As movimentações bancárias da Arpar, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), não possuem justificativa aparente. De acordo com a Polícia Federal, há fortes indícios de que a empresa atua como ‘conta de passagem’.

Além de pedir o afastamento de Boudens, Girão fez referência ao esquema da rachadinha no gabinete de Alcolumbre, revelado por VEJA em 2021. Naquele caso, seis mulheres da periferia de Brasília devolviam a maior parte dos salários para o gabinete. Boudens assumiu a culpa pelo esquema, eximiu Alcolumbre de responsabilidades e assinou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público para devolver o dinheiro desviado e se livrar de um processo criminal.

“Não é, infelizmente, a primeira vez que o nome de Boudens surge atrelado a práticas reprováveis. Em 2021, ele assumiu responsabilidade em um caso de rachadinha que envolvia até grávidas. Na ocasião, firmou acordo judicial e devolveu os valores indevidamente apropriados”, disse Girão. “Apelo para que pelo menos seja instaurado um procedimento administrativo interno, nos termos regimentais, para apuração dos fatos e eventual responsabilização de Paulo Boudens, bem como avalie sua retirada imediata do conselho de assuntos políticos do Senado”, completou o parlamentar, para quem não ser razoável que o servidor permaneça no cargo “em meio ao escândalo que está acontecendo de bilhões de reais roubados de milhões de brasileiros mais pobres”.

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Dois senadores saíram em defesa de Alcolumbre. Um deles foi o líder do governo Randolfe Rodrigues (PT-AP). Ele disse que na época dos repasses da Arpar Boudens já não estava lotado no gabinete do senador.

Ao contrário do que afirmou Randolfe, Boudens atuou como assessor parlamentar no gabinete do atual presidente do Senado entre 2021, quando estourou o escândalo da rachadinha, e outubro de 2024, quando foi para o Conselho Político da Casa.

O ex-presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que decretou sigilo de 100 anos para quaisquer informações sobre os registros de entrada no Senado do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do  INSS’, também saiu em defesa do colega.

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“Juntamente com essa coragem, com essas posições políticas corretas que vossa excelência tem e haverá de ter o reconhecido do Legislativo e dos demais poderes, das instituições e da sociedade desse País, juntamente com isso vem obviamente as críticas, as conspirações, as ilações, os pré-julgamentos, ferindo, inclusive, princípios constitucionais de presunção de inocência, de ampla defesa, de contraditório, com críticas absolutamente vazias por conta de especulações que surgem a qualquer instante e que tem como alvo, evidentemente, o presidente do Senado”, disse Pacheco.

Davi Alcolumbre não se manifestou sobre o pedido feito por Eduardo Girão e nem sobre o envolvimento do ex-assessor.

Fonte do Conteudo: Hugo César Marques – veja.abril.com.br

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