Cultura, ancestralidade e resistência
Com uma programação intensa que vai das 9h às 22h, o Complexo Willian Damasceno, em Piúma, será palco neste sábado (27) da 2ª edição do Encontro Cultural Afro-Brasileiro. O evento, aberto ao público e gratuito, é uma celebração da cultura afro-brasileira e das expressões populares que dão vida e identidade ao município.
A iniciativa, que nasceu de forma independente e colaborativa, chega em 2025 com uma proposta ainda mais abrangente. Oficinas, apresentações de jongo, congo, capoeira, samba, batalhas de rima, shows e almoço comunitário estão entre as atrações do dia.
“Nosso objetivo é valorizar e fortalecer a cultura afro-brasileira por meio da arte, música, dança e ancestralidade, promovendo representatividade e educação cultural em uma cidade que ainda carece dessas iniciativas”, afirma Fernanda, uma das agentes culturais à frente do evento.
Um festival que nasceu da resistência
A primeira edição, realizada em um espaço privado cedido por apoiadores, surpreendeu pela adesão do público. “Foi inovador e pioneiro. O público acolheu bem as atividades, elogiou a diversidade de atrações e pediu a continuidade do encontro”, lembra Fernanda.
Apesar da boa recepção, a segunda edição quase não saiu do papel por falta de financiamento. “Não contamos com nenhum recurso financeiro direto. O encontro é fruto da união de artistas, fazedores de cultura, apoiadores do comércio local e de muita luta por apoio institucional”, ressalta.
Fernanda conta que a virada veio quando buscou apoio da Secretaria Estadual das Mulheres, que topou entrar com a estrutura do evento. “Também tivemos apoio da Secretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial, da Prefeitura de Piúma e de amigos e empresas parceiras. Mas ainda precisamos de ajuda com transporte, doações e voluntariado.”
A programação
O dia começa com abertura solene, seguida do hino nacional com Johninho Dreads, poesia com Karla Regina e discotecagem com DJ Jholow. Às 9h30, o ritual da Rainha das Conchas com Catarina Mais abre espaço para as oficinas gratuitas de artesanato, tranças e vivência com plantas medicinais.
Na sequência, apresentações culturais, bloco afro, batalhas de rap, congo e shows movimentam a arena até a noite. O encerramento fica por conta do grupo Saideira, com participação de Willian Fá Maior e Hian Primo.
Solidariedade em destaque
Além da celebração cultural, o evento também abre espaço para a solidariedade. Uma ação será promovida em prol de Paloma Marvila, jovem da comunidade que precisa de uma prótese. Números de rifa com brindes arrecadados serão vendidos a preço simbólico e toda a renda será revertida para ela.
“Nossa expectativa é muito positiva. Queremos ampliar a visibilidade de artistas negros, fortalecer o diálogo cultural e consolidar esse evento como referência no Espírito Santo”, reforça Fernanda. A próxima edição, inclusive, já tem data prevista: novembro de 2025.
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Fonte do Conteudo: Luciana Máximo – www.espiritosantonoticias.com.br