Um tribunal de Moscou condenou nesta terça-feira, 1, o ex-vice-ministro da Defesa da Rússia, Timur Ivanov, a 13 anos de prisão por corrupção. Trata-se de um novo capítulo do cerco anticorrupção do Kremlin, que já levou à cadeia uma série de figuras do alto escalão militar russo. Ivanov, que foi detido no ano passado, supervisionava projetos de construção militar desde sua nomeação em 2016.
Além da pena de prisão, ele foi multado em 100 milhões de rublos (R$ 6,5 milhões). As condecorações estaduais do político de 49 anos também foram retiradas, de acordo com o portal de notícias independente Mediazona. O julgamento teve início em março e acontecia a portas fechadas.
As denúncias contra Ivanov, a princípio, giravam em torno de casos de suborno. Mais tarde, no entanto, a promotoria o acusou de desviar 4,1 bilhões de rublos (cerca de R$ 286 milhões) através de transferências bancárias a contas estrangeiras e mais 216 milhões de rublos (mais de R$ 14 milhões) na compra de duas balsas para uma travessia no estreito de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, anexada pelo governo de Vladimir Putin em 2014.
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Dança das cadeiras
Em maio do ano passado, Putin demitiu demitiu o então ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que comandou a invasão à Ucrânia desde o seu início, em fevereiro de 2022. Shoigu, o ministro mais longevo da Rússia, era alvo de críticas por não interferir em um esquema de corrupção presente no exército russo. Sua popularidade caiu ainda mais depois da prisão de Ivanov, seu aliado.
Ele foi substituído por Andrei Belousov, economista e antigo vice-primeiro-ministro – uma troca de um general por um civil. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a decisão de nomear um economista para o cargo visa minimizar os gastos com a guerra, que aumentaram para cerca de 7,5% do PIB entre 2022 e 2023.
Na ocasião, Putin indicou que seu antigo aliado assumiria o cargo de chefe do conselho de segurança da Rússia, antes ocupado por Nikolai Patrushev, ex-expião e conselheiro do presidente. A nova posição de Shoigu é considerada mais importante do que a que ele ocupava no Ministério da Defesa e, por isso, muitos críticos acreditam que sua demissão foi uma estratégia do chefe do Kremlin para blindá-lo contra acusações de corrupção.
Fonte do Conteudo: Paula Freitas – veja.abril.com.br