Câncer de pâncreas: silencioso, letal e cada vez mais em evidência

O apresentador de programa culinário Edu Guedes revelou recentemente que está com câncer no pâncreas — a mesma doença que vitimou o ator Patrick Swayze, em 2009, o empresário Steve Jobs, em 2011, e o jornalista Marcelo Rezende, em 2017. A notícia reacendeu a atenção sobre esse tipo de tumor, considerado um dos mais letais e silenciosos do corpo humano.

Nos últimos meses, outros nomes conhecidos também passaram por situações semelhantes. O músico dos Titãs, Tony Bellotto, foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor pancreático, e o ator Jackson Antunes ficou internado para tratamento da mesma enfermidade.

Localizado atrás do estômago, o pâncreas desempenha funções essenciais na digestão e no controle do açúcar no sangue. Quando células desse órgão tornam-se malignas, o tumor costuma evoluir de forma silenciosa, o que dificulta o diagnóstico precoce. Trata-se de um dos tipos mais agressivos de câncer, com taxa de sobrevivência de apenas 12% em cinco anos.

A oncologista Cintia Givigi, do Hospital Santa Rita, explica que o câncer de pâncreas raramente apresenta sintomas nos estágios iniciais.

“Quando a doença se manifesta, normalmente já está em fase avançada ou se espalhou para outros órgãos”, afirma.
Ela acrescenta que a incidência é maior entre homens a partir dos 40 anos.

Entre os sintomas mais comuns estão: dor abdominal ou nas costas, perda de peso repentina, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), fezes claras, urina escura, náuseas, perda de apetite e fadiga persistente.

“Pacientes podem apresentar diabetes recente ou de difícil controle. Por serem sintomas inespecíficos, muitas vezes são atribuídos a outras condições menos graves, o que atrasa o diagnóstico”, observa a médica.

Fatores de risco

Embora nem todos os casos tenham causa definida, a especialista destaca alguns fatores de risco relevantes: tabagismo — fumantes têm até três vezes mais chances de desenvolver a doença —, obesidade, histórico familiar com mutações genéticas (como as síndromes de Lynch e BRCA2), diabetes tipo 2, pancreatite crônica e idade avançada.

Exames de imagem, como ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada e ressonância magnética, ajudam a identificar alterações no pâncreas.

“No entanto, o diagnóstico definitivo é feito por meio da biópsia”, ressalta Cintia.

Prevenção

Segundo a oncologista Camila Cezana, também do Hospital Santa Rita, mudanças no estilo de vida podem reduzir significativamente o risco da doença.

“Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física, evitar o cigarro, controlar o diabetes e limitar o consumo de álcool são atitudes que contribuem para a saúde pancreática”, orienta.

Pessoas com histórico familiar da doença devem buscar aconselhamento genético e realizar exames de rastreamento sob orientação médica.

Tratamento

O tratamento do câncer de pâncreas depende do estágio da doença. Quando detectado precocemente, a cirurgia é a principal abordagem, embora exija um pós-operatório complexo e acompanhamento multidisciplinar.

“A cirurgia de Whipple, por exemplo, é bastante complexa e apresenta taxa de complicações de até 50%”, afirma dra. Camila.
Nos primeiros dias após o procedimento, o paciente precisa permanecer na UTI, com vigilância constante de sinais vitais e da função dos órgãos.

A nutrição no pós-operatório é ajustada conforme a recuperação do sistema digestivo e pode ser feita por sondas (nutrição enteral precoce) ou, em alguns casos, por via intravenosa (nutrição parenteral).

“A fisioterapia respiratória é iniciada logo nos primeiros dias para prevenir infecções pulmonares e tromboses”, explica a oncologista.

Pacientes que desenvolvem insuficiência exócrina do pâncreas — quando há produção insuficiente de suco pancreático — precisam de reposições enzimáticas. Também é fundamental o cuidado com as anastomoses (ligações cirúrgicas entre pâncreas, fígado e estômago), a fim de prevenir fístulas e infecções.

O acompanhamento ambulatorial contínuo é parte essencial do tratamento. Ele inclui exames de imagem, avaliação de marcadores tumorais, como o CA 19-9, e consultas clínicas regulares com suporte nutricional, visando à recuperação e à detecção precoce de possíveis recidivas.

Para além do aspecto físico, o suporte emocional é igualmente importante.

“O apoio familiar desempenha um papel crucial no enfrentamento da doença, ajudando a minimizar sequelas psicológicas e emocionais”, finaliza a médica.

Fonte do Conteudo: Andressa Mota – eshoje.com.br

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